terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma história de superação

O colégio Municipal Paulo Setúbal atende 1.327 estudantes de Inhobim que cursam da 1ª a 8ª série do ensino fundamental. O Colégio funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno, e garante às famílias do distrito a satisfação de saber que suas crianças e adolescentes podem ter educação de qualidade perto de suas casas; e que adultos que trabalham durante o dia encontram à noite a escola aberta para lhes ensinar.
O ginásio da Paulo Setúbal, implantado há 12 anos, está ajudando a mudar a vida de muitas famílias; uma delas é a de Dona Ernestina Souza dos santos, merendeira da escola há nove anos e mãe de duas alunas que estudaram lá nos primeiros anos do funcionamento da escola. Dona Ernestina, que só estudou até a quarta série, era doméstica e ganhava menos de um salário mínimo por mês; seu marido, que nunca freqüentou a escola, trabalhava na roça para sustentar a família e sonhava com um futuro digno para suas filhas Leila Carla e Noélia.
Como muitas famílias da zona rural, os casal sofria em saber que as filhas parariam de estudar assim que terminassem o primário, porque a ginásio mais próximo ficava em José Gonçalves e eles não teriam dinheiro para sustentar as meninas estudando longe de casa. Assim, Dona Ernestina e outras pessoas da comunidade resolveram procurar o prefeito de Conquista e pediram a implantação do Ginásio em Inhobim.
“Ele falou: Vocês nunca vão ter um ginásio em Inhobim. O ginásio tem que ser em Veredinha para quando o professor sair da sala de aula ele ir para a Rio-Bahia pegar o carro. Aí a gente saiu dali triste, desanimado, mas eu persisti”, conta Dona Ernestina que desejou e viu os primeiros ginásios sendo implantados no interior do Município.
“Aí esse prefeito saiu e Guilherme entrou e construiu o ginásio aqui, em Veredinha, em São Sebastião, em Cercadinho... e daqui já saiu minha filha para Natal para fazer mestrado; ela fez Física na UESB, depois fez uma pós, e agora foi fazer mestrado em Cosmologia”.
Dona Ernestina conta que chegou a duvidar que um dia o ginásio chegaria a Inhobim, por isso ela e o marido, com muito sacrifício, mandaram as filhas para concluir o ensino fundamental em José Gonçalves, na esperança de que as meninas tivessem um vida mais confortável que a deles: “ foi muito difícil pra mim porque eu ganhava um salário; trabalhava na roça, em casa de família, e tirei elas par fora. Tinha que pagar aluguel, tinha comida. Foi muito sofrido pra mim, passei muito aperto, elas passaram dificuldade, necessidade de dinheiro...mas minha vontade era ver minha filha formar.”
Noélia, que teve os estudos interrompidos por um ano, enquanto os pais economizavam sem ver perspectivas para a filha em Inhobim, estudou pouco tempo ao lado da família, no ginásio inaugurado em 1997; ela teve que deixar a família novamente, porque a escola de segundo grau ainda não havia sido construída no distrito.
Apesar das dificuldades, Dona Ernestina - que pôde ver Noélia filha concluir o Ensino Médio, ser aprovada no vestibular da Uesb, na primeira tentativa, se formar em Física, fazer especialização e partir para um Mestrado - não esconde o orgulho da filha e a satisfação de saber ela e tantos filhos e filhas de Inhobim tiveram suas vidas transformadas pela educação que começaram a receber na Escola Municipal Paulo Setúbal.
“Quando eu vi o ginásio ser construído aqui, pra mim foi uma grande alegria. ... o pessoal de Inhobim não precisava de estrada, a gente não tem carro,a gente não tem fazenda, a gente precisava era de educação e saúde,e hoje nós temos. Naquela época , todo estudava e formava filhos, só o pessoal de Inhobim que ficava só na roça, trabalhando na roça, na agricultura. Será que os filhos dos outros podiam ser educados e os nossos tinham que ficar na roça. Não. Por isso eu agradeço muito o que o que Guilherme fez”, lembra ela.
Dona Ernestina, que sempre viu na educação o caminho para uma vida melhor, começou a trabalhar como merendeira na Escola Municipal Paulo Setúbal; no ano 2.000 ela foi aprovada no concurso da Prefeitura Municipal e chamada para trabalhar na escola que ela tanto desejou ver construída.
Todos os dias ela vai satisfeita para o Colégio, que fica pertinho de sua casa; ela faz seu trabalho dedicação, com satisfação de quem vive um sonho realizado e, ao olhar para cada criança a quem entrega o lanche, Dona Ernestina sabe que elas podem chegar tão longe quando sua filha.

By Loide Carvalho

Primeira historinha

Sempre gostei de historinhas escritas . quando eu era criança, gostava de contar histórias; gostava de ler historinhas ; de escrever minhas histórias, inventar histórias...
Num diário, de paginas cor de rosa, registrava tudo que eu tinha vivido durante o dia, tudo que eu me lembrava, eu acho; ou talvez tudo que eu achava que tinha acontecido. Eu não precisava de um motivo, nem mesmo de um pretexto para escrever historias, apenas escrevia...
Eu não me lembro bem, mas acho que houve um dia em que eu comecei a achar que o dia não tinha sido ta interessante e por isso não merecia ser contado, então eu inventava e escrevia a história de alguém; “as pessoas que não existem podem ter histórias muito interessantes: elas podem morar em castelo e esperar por visitantes ilustres que chegam sempre num cavalo branco; alguém que na verdade não existe pode montar um cavalo branco, preto ou rosa, ou de todas as cores ao mesmo tempo, quer dizer a qualquer tempo; somos nós que inventamos o tempo, e os cavalos coloridos e as pessoas inventadas ... mas isso não importa agora.
Agora eu penso nas coisa que importam, porque um dia eu comecei a achar que alguém que não existe não é importante, e quem não é importante não merece registro. Então parei de escrever sobre ninguém. Alguém que não exista é ninguém; e ninguém que não exista é alguém. Acho que nas histórias que eu inventava, quando comecei a querer estórias interessantes, Alguém era Ninguém. Quer dizer, não era importante também. E o que não era importante não me interessava mais. Mas, isso não interessa agora ...
Parei de escrever, quando comecei a me importar tanto que eu precisasse de um motivo para escrever. Sem um personagem, sem pretexto, sem um motivo importante, parei de escrever e comecei a apenas contar minhas histórias; com o tempo, troquei também os diários cor de rosa por amigas de todas cores, que eu não vejo todos os dias, porque pessoas de verdade cumprem um tempo de verdade, que até parece mentira porque a gente nunca vê passar. Mas, enfim, agora eu não tenho tempo para escrever sobre isso.
Ah, o que eu estava tentando dizer é que voltei a contar minhas histórias, vou conta-las nesse blog porque eu tenho um motivo importante. Qual? Pergunte a Marcus Lima.
By Loide Carvalho

domingo, 4 de outubro de 2009

E no final...tudo dá certo!


E mais um dia Leonardo acorda às 6 da manhã. Já está cansado dessa rotina,mas sabe que só assim poderá realizar seu sonho de ser advogado.Às 7,ele já esta no ponto lotado esperando o ônibus que pra variar, está demorando.Essa vida o deixa angustiado;porque não pode ter um carro como alguns de seus amigos e abandonar essa historia de pegar ônibus cheio? Mas, infelizmente a realidade não é essa, e ele tem que se conformar.Ao chegar na faculdade tem que aturar muitos colegas que não ligam a mínima para aula,só estão ali porque os pais os obrigaram,diferente de Leonardo que esta ali por saber que só assim poderá melhorar a vida da sua família.Ao término da aula, Leonardo almoça rapidamente no restaurante universitário e vai direto para o seu estágio em um escritório de advocacia.Em meio à vários telefonemas,papéis diversos,entra e sai de gente,Leonardo ainda tem tempo de estudar para a prova de Direito Penal do dia seguinte.Ao chegar em casa,às 8 da noite,Leonardo toma banho,janta e conversa com seus familiares.Durante a conversa,Leonardo se dá conta que apesar de tudo,ele tem sorte.Estuda em uma universidade pública,tem amigos fiéis,uma família unida,um estágio que muitos gostariam de ter,e sabe que mesmo com todos os obstáculos,seu sonho se realizará e ele fará com que todos se orgulhem de sua trajetória.

by Marcelle Nascimento